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A influência do digital no go-to-market das empresas

O dinamismo do mercado atual exige constantes revisões nos modelos de go-to-market das empresas, um esforço contínuo para garantir a competitividade das marcas e produtos em um cenário volátil e sem fronteiras definidas. Nos últimos anos, uma variável fundamental tem emergido nesse contexto: o digital. Apesar de sua ampla discussão e disseminação, muitas empresas ainda não capitalizaram completamente as oportunidades proporcionadas pela digitalização, o que levanta a questão crucial: é possível manter-se relevante sem abraçar efetivamente essa transformação? A resposta, em nossa perspectiva, é um enfático “não”.

O go-to-market, comumente abreviado como GTM, é uma estratégia empresarial que delineia como uma empresa vai ao mercado com seu produto ou serviço. Em termos simples, é o plano que define como a empresa pretende atingir seus clientes-alvo e posicionar seus produtos ou serviços para maximizar vendas e participação no mercado. Como manter-se competitivo sem abraçar o digital? Empresários com mente executiva sabem muito bem que é impossível. O digital oferece inúmeras possibilidades lucrativas de negócio, além de reduzir severamente os custos e ampliar o público-alvo, que está cada vez mais conectado.

A maturidade digital varia entre empresas, influenciada pelo nível de competitividade do mercado, a natureza dos produtos ou serviços oferecidos e a força das respectivas marcas. Além desses elementos, dois fatores primordiais se destacam na determinação desse grau de maturidade digital: a cultura de foco no cliente da empresa e a orientação digital da liderança.

A cultura de foco no cliente coloca o consumidor no epicentro das decisões corporativas, iniciando-se pelo entendimento de suas necessidades, desejos e aspirações, mesmo que nem sempre estejam explicitamente expressos. Isso inclui a criação de uma experiência de consumo excepcional e um constante feedback para melhorias contínuas. É evidente que o engajamento digital desse consumidor, independentemente do setor, é uma variável crítica que não pode ser negligenciada pelas empresas.

Nossa vida cotidiana já absorve experiências digitais em vários aspectos, desde solicitar serviços até entretenimento, moldando nosso comportamento de compra e elevando nossas expectativas em termos de serviço, agilidade e reconhecimento por parte das empresas com as quais nos relacionamos.

A orientação digital da liderança corporativa desempenha um papel crucial na adoção de comportamentos mais digitais, pois são os líderes que direcionam os esforços, investimentos e prioridades dos negócios. Quando a digitalização se torna parte integrante das metas, indicadores e recompensas de todos os executivos, seu impacto transcende a atuação isolada de uma área de transformação digital.

Dentro das indústrias e serviços de consumo, têm surgido diversas iniciativas cruciais para a longevidade dos negócios, embora não necessariamente transformem completamente a essência das relações com os clientes, como muitos prognosticam. A mudança pode ser disruptiva ou gradual, sendo o consumidor o protagonista que mistura o on-line com o off-line, ultrapassando fronteiras cada vez mais fluidas.

Presença nas redes sociais, estratégias de marketing digital sólidas, plataformas B2B integrando fornecedores, clientes e canais de vendas, iniciativas D2C (direto ao consumidor), digitalização das atividades operacionais de vendas, compartilhamento de dados para otimização de estoques com Inteligência Artificial; todas são peças de um quebra-cabeça digital que evidenciam uma jornada sem fim predefinido.

Estas iniciativas não só indicam que o digital é uma jornada contínua, mas também ressaltam que é um caminho irreversível. Não por ser apenas atraente ou estar na moda, mas por promover uma maior proximidade com o consumidor, reduzir custos e aumentar a eficiência dos processos, gerando muito mais valor. É fundamental ressaltar que as estratégias digitais devem estar intimamente alinhadas à estratégia corporativa, posicionamento de mercado e público-alvo para serem eficazes.

A digitalização não é uma tendência passageira; é uma revolução contínua que redefine a forma como as empresas se relacionam com os consumidores, impulsionando a eficiência e agregando valor em todos os estágios do go-to-market. É um futuro no qual o digital não é mais uma opção, mas sim um pilar fundamental para a sustentabilidade e sucesso das empresas no mercado contemporâneo.